sexta-feira, 24 de julho de 2009

As brumas dançam sobre o espelho do rio

Urda Alice Klueger é uma das escritoras catarinenses cuja obra vem alcançando o maior número de reedições. “Verde Vale”, seu primeiro romance, já está em sua décima edição, e “As Brumas Dançam Sobre o Espelho do Rio” chegou à quinta edição em 2008.
Lançado originalmente em 1981,
As Brumas Dançam Sobre o Espelho do Rio” resgata um episódio ainda pouco conhecido da história do Vale do Itajaí. Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) o governo imperial passou a recrutar homens para lutar como soldados do exército brasileiro. Como a adesão era pequena, e a necessidade de soldados grande, homens eram recrutados à força. Neste contexto, algumas famílias que moravam no litoral catarinense e cujos filhos ou maridos corriam o risco de serem recrutados, começaram a fugir para o interior do estado. Este foi o caso dos primeiros habitantes da localidade de Rio Morto (no Alto Vale do Itajaí), fato que serve de mote para este romance de Urda Alice Klueger .
Elisa é uma moça bonita, de família humilde, que mora no litoral catarinense com seus pais e está prometida em casamento para um marinheiro que há mais de um ano não retorna do mar. Ela vive uma vida simples e sem muitos sobressaltos, até o dia em que vê chegar à praia uma canoa trazendo um misterioso pescador. Severo é o nome deste homem, que aos poucos começa a incomodar o coração e o sossego da moça. Amor proibido, que os obriga a fugir para o interior do estado, seguindo o rastro das famílias que fugiam do recrutamento obrigatório subindo o rio Itajaí-Açu.
Ao narrar as dificuldades, sabores e dissabores da construção de uma civilização em meio à Mata-Atlântica, Urda mostra o quanto sua obra foi influenciada pelo texto do escritor norueguês, e prêmio Nobel em Literatura, Knut Hamsun (1859-1952), cujo livro “Os Frutos da Terra”, publicado em 1917, mostra a luta do ser-humano contra o mundo selvagem para arquitetar a civilização. Também em “As Brumas Dançam Sobre o Espelho do Rio vemos esta luta, o imperativo humano domesticando a natureza.


Da mesma autora encontramos também Verde Vale e No tempo das tangerinas, que também trazem narrativas referente a colonização de Blumenau.

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